terça-feira, 11 de novembro de 2014

Presos na mente

Presos na mente
Limites mentais - Pensamento livre - Liberdade de expressão e política.

Presidiários na mente...

Observando as falas, em épocas eleitorais, encontramos esta "rara pérola"; uma frase de "beleza" espantosa. Deve ser lida com a atenção voltada para a idéia central, procurando antever os resultados de tal posicionamento: "Vou votar em qualquer um, para não jogar o meu voto fora."

A frase é dita assim mesmo, sem nenhuma exclamação, nenhum remorso e, obviamente, nenhuma mentalização. Como pode uma pessoa, um ser dotado de inteligência, proferir uma frase assim? Somente pela falta de objetivo de voto e pelo desconhecimento de suas possíveis consequências. Não sabe a quem direcionar o voto, assim como, a maioria de nós não o sabe.

Mais difícil do que entender, é explicar. Essa postura, na verdade, é uma pose de auto afirmação, pelo desejo de acertar, mas, na ausência de objetivo, o acerto redunda em erro. Um erro grave, pois pode levar a consequências desastrosas. A pessoa, inconsequente, quer acertar, mas votar em qualquer um, só pode resultar em dedicar o voto ao "lixo"! Entretanto, a propaganda política, exige o voto pelo voto, valendo-se de uma cobrança "patriótica", ou melhor, afirma que se não votamos, não somos patriotas.

Deste apelo desleal, surge o mal pensar e, dele, surgem os votos mal direcionados, completamente fora de objetivo, pois não se dedicam a eleger, mas a "diplomar o patriota". Fatos "exemplares" como esse, devem ser observados com atenção, pois trazem em seu bojo o significado da mentalidade humana na sociedade atual (não corrupta, pelo menos moralmente), mas em plena decadência. A pessoa imagina ser de voto valioso. Seu posicionamento procura vencer a omissão, através de voto válido, porém o direciona a objetivo incerto - "qualquer um".

Pensemos da seguinte forma, se saio de casa e vou à rua, a público proferir uma frase assim, certamente tenho o objetivo de demonstrar meu pensamento e incutí-lo no pensar comum. O estranhável está no fato de as pessoas ouvirem e calarem-se, aceitando a tolice como uma verdade incontestável. Sequer é minimamente aceitável, mas o orador não sabe disso, e como saberia?

Tentando acertar...

Se o "eleitor" votar aleatoriamente, pode acabar por eleger um representante da escória, simplesmente, muito abundante no meio político, não terá jogado seu voto no "lixo"? Como pode então, esse "eleitor", pensar em voto aproveitável, se não pensou no aproveitável e nem mesmo pode reconhecê-lo?

Não se trata de um modo de pensar, vergonhoso, simplesmente, de modo individual, mas o é coletivamente, pois muitos imaginam ser ele acertado, por se verem na obrigação do voto, como lhes é incutido desde pequenos, sob o falso senso e pretexto de liberdade - presidiários de suas frágeis mentalidades... .

Por outro lado, a postura do politicamente correto, acarreta a posição prepotente e leviana, de muitos dos que fazem, apenas, "a sua parte", pois pensam que, depois do votar, o que acontecer é responsabilidade de outros. Essa postura de leviandade e prepotência, é induzida ao ignorante (não importa o nível), como método de manipulação dos resultados, pois, a posição leviana, impede o interesse pelo acerto, já que o "tanto faz", jamais resultará em acerto. Por outro lado, a prepotência sempre garantirá o voto do ignorante, na eleição do inadequado. Esse comportamento, resulta de um mecanismo brilhante, de manipulação de massa!

Não há "mãos lavadas" no pós-voto. Injuriar o mau governante é injuriar a si próprio. Os desmandos do governo, são desmandos do voto dedicado a qualquer um e a culpa está posta, sobre aqueles que constituíram o governo pelo votar inadequadamente. Votar consiste em decidir quem irá governar, no mínimo, um município. O voto pode ser para o bem ou, mesmo, para a desgraça da comunidade.

A propaganda política visa dinheiro, mas nos leva à idéia de voto como obrigação patriótica. O voto acertado é convicto e livre de interesses apartidários. Se acertado, o voto elege para o bem comum, para a comunidade, para a sociedade e para o país, caso contrário - se o voto não for bem direcionado - pode acarretar prejuízos irreparáveis à pessoa e à sociedade, como estamos percebendo nos dias atuais.

Livre arbítrio.

O consenso sobre livre arbítrio, no pensar comum, é de liberdade para a escolha e decisão, que temos, em todos os casos. Nesse sentido, livre arbítrio, se forja como indepedência individual para tomada de decisões.

Indo além do consenso, livre arbítiro, é conceituado nesse sentido, dependente somente da vontade. Conquanto conceituamos arbítrio como decisão pela vontade, precisamos antes de livre cognição, ou seja, ampla capacidade de controlar os mecanismos do pensamento, porém, autonomamente. Isso inclui memória contextual, experiência com esse contexto, crítica e resultante discriminação de cada elemento do conteúdo assimilado, ou seja, contestação.

Tudo se resolve em formação pessoal, pela formação acadêmica e a auto didata, uma associação conjunta de informações adquiridas desde o berço, o que se resume em cultura individual. Assim, o livre arbítrio, depende mais da capacidade de pensar livre, do que da de decidir, já que sem boa cognição não pode haver acerto na decisão. Desse modo, o arbítrio será mais livre, quanto menos dirigido e distorcido for o pensamento; sendo mais acertado, quanto menos patológica for a cognição. Nisso, se justifica a necessidade do senso crítico e da contestação constante, sem os quais, temos o conhecimento minado e dirigido, sendo, portanto, presos em nossas próprias mentalidades.

Como podemos notar, com aqueles exemplos práticos de mensagens ocultas, dirigidas ao nosso subconsciente, temos o "eu", a personalidade sempre atacada, com o objetivo de ser controlada e moldada e explorada. Daí, resulta o mal arbítrio, sempre dirigido por pensamentos aversos ao acerto, dados a nós como presentes de grego.

Simples rotina?

Se a capacidade para perceber as constantes mensagens ocultas não existe, então, é necessário estar ciente de que a própria rotina diária consiste em mensagens ocultas, sempre a moldar a personalidade. Essa rotina pode e é usada para nos moldar e distorcer. Como exemplo de um elemento dessa rotina, está a propaganda para o alcoolismo - diária e constante. Um outro exemplo, pessoal-degenerativo, pode ser o linguajar chulo de uma facção da sociedade, pois desnivela e degrada a pessoa, independente de idade.

Entretanto, a percepção de um elemento não evidencia a capacidade de percebermos todo um sistema, altamente sincronizado, de manipulação. Este, pode relacionar-se à moda, ao futebol e esportes, à formação de "tribos", aos valores morais, sociais e pessoais. Tudo isso usurpa à "criação" da pessoa degenerada, leviana e superficial ou, visto de outra forma, a descriação da pessoa natural.

Da incapacidade cognitiva e da falta de liberdade, surgem as más decisões, como as citadas anteriormente, resultantes em desmandos irreparáveis. Estes, por sua vez, resultam nos flagelos sociais, com os quais temos nos deparado.

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