quinta-feira, 6 de novembro de 2014

Droga digital

Droga digital

"Droga" em arquivo digital?

São arquivos de áudio, no formato *.mp3, oferecidos por um preço, para aqueles dispostos a se tornarem "cobaias" de seus fornecedores. Os arquivos, são sons executáveis em reprodutores de áudio e têm a capacidade de atuar sobre o cérebro daqueles que os ouvem, produzindo efeitos diversos. Logicamente, apenas pessoas sofrendo de afetamento emocional, se aventuram em tal audição, assim como qualquer consumidor de drogas.

A promoção.

Como sempre, se algo de ruim é oferecido, a mídia promove. Sendo assim, a televisão encena jornalismo, para divulgar o produto. No dia 22 de abril, terça-feira, logicamente de madrugada, horário mas propenso a alcançar pessoas afetadas de alguma forma, a televisão fez o anúncio, do mesmo modo como sempre faz seus ataques. Nesse caso, anunciou o produto, afirmando não relacionar os endereços de páginas, por estar apenas "demonstrando o fato". Porém declarou todos os detalhes sobre a "droga dital", inclusive faixa de preços. Assim, pelas características dadas, qualquer um pode ser capaz de encontrar os arquivos psico-influenciadores, sem muito esforço.

Logo que as primeiras palavras e imagens surgem, pode-se perceber ser mais uma veiculação de falso jornalismo, entretanto as pessoas assistem o programa credulamente, como se fosse uma crítica jornalística ou apenas mais uma cobertura de fato noticiado em "primeira mão". Não percebem que são feitas de tolas e manipuladas por palavras bem engendradas, soando como bem intencionadas. Ao notarmos a "cara-de-pau" como agem, percebemos o quão realmente tolos e incapacitados pela ignorância imaginam ser os expectadores alvos de tais programas.

Vendedor cuidadoso.

Os apresentadores desses programas, vestem-se muito bem e são solenes de expressão e muito cuidadosos no trato com seus ouvintes, pois as pessoas dão valor à pose e à aparência. Prometem soluções para todos os problemas, principalmente finaceiros, de saúde e emocionais. Mas também, prometem libertação das drogas (enquanto anunciam uma nova), trabalho, casa e carro. Entretanto, as pessoas não percebem que para alcançarem tais "presentes", precisam ir a determinados locais e sempre há um intermediário, pessoal ou simbólico, sempre há uma paga. Mas não é difícil de entender a fragilidade do tolo necessitado, pois em um mundo feito mal, no qual "certos valores" são cobrados como indispensáveis, todos precisam de ajuda para o alcançe de "seus" desejos impostos. Desse modo, "um caminho" não o caminho adequado, é imposto inegociavelmente a aqueles que precisam de alguma solução para suas vidas, seja ela qual for.

De onde vem, o produto?

Considerando se tratar de um arquivo de áudio, em formato de mídia denominado mp3, trata-se de um produto de mídia. Então, quando a televisão o anuncia, o está promovendo, a televisão é um formato de mídia, e está nas mãos do produtor de toda a mídia do mundo, assim como a nova droga digital está. Certamente, os expectadores do programa, não irão perceber esse fato, pois são aceitadores e incapazes de contestação e análise de qualquer imposição feita por mídia. Essa limitação é decorrente de outra imposição, dedicada à sociedade - a ignorância - por ação dos processos de deseducação atrelados ao desvalor da cultura, pois a percebida mas não entendida "inversão de valores", conduz a cultura à posição surreal de irrestrita e indiscriminável.

A criação de arquivos de mídia capazes de produzir sensações psíquicas, não está nas mãos de qualquer moleque com um computador. É necessário conhecimento e domínio de técnicas psico-influenciadoras, e para isto, muito dinheiro. O dinheiro gasto, não será recuperado com a "venda" de tais drogas, logo não é uma atividade comercial.

O engodo oculto.

Talvez seja necessário explicar, pois até aqui tudo parece muito louco, desconexo e sem motivos. Lógico, como a clareza de visão nos é negada, não podemos imaginar o porquê de desenvolver-se um tipo de droga a ser assimilada pela audição.


Neste caso, não há importância real no modo como se assimila a droga, mas no formato como é oferecida.

Por se tratar de um arquivo de mídia, poderá ser "consumido" mais de uma vez, e ainda, poderá ser reproduzido e redistribuído a outros consumidores. Por esse motivo, sabemos não ser comercial e o dinheiro gasto, no desenvolvimento e produção, não será recuperado. Há, apenas, o objetivo de atingimento de alvos.

Os males, decorrentes do uso desse tipo de psico-agente, não foram descritos pelo anunciante, mas em se tratando de afetamento mental, podem resultar em diversos transtornos, inclusive levar ao consumo de elementos químicos.

A tv, por décadas, induziu pessoas ao vício do fumo, como isto não é mais possível, passou a anunciar o cigarro eletrônico (um método de cura para o vício?). Agora surge a droga digital e a tv não perde tempo em torná-la conhecida. Por que a tv se dedica a jogos, violência, alcoolismo, criminalidade, diluição do sexo, vulgaridade, divulgação de drogas e muitos outros modos de degeneração da pessoa humana? Por que as pessoas usam a televisão como usam um eletrodoméstico? Será que não possuem uma cadeira elétrica em casa?

As características da degeneração pessoal, induzidas por tv e mídia, podem ser vistas como definidoras de grupos culturais? Podem, pois a cultura tornou-se podre e as pessoas suas consumidoras. Um "cantor" chegou a definir a promiscuidade como sendo cultura, mais limitou-a a um grupo - "as mulheres da periferia".

Receita cultural.

Apesar de não entendida, cultura pode ser explicada, pelo menos em parte, pois como toda imposição manipulada, os detalhes "saltam aos olhos". Esta expressão (saltam aos olhos), esta sim, é cultura, cultura real, pois constitui apoio ao idoma. Porém, com algum incentivo, o uso de drogas pode ser feito "cultura", em algumas "tribos". Tribo, nesse caso, determina um grupo dentro da sociedade, não uma sociedade tribal complexa e dedicada ao bem do grupo. Assim, "tribo" conota apelido ou sinônimo de grupo de pessoas com algumas características de comportamento, logo, pode constituir cultura ou uma distorção dela. Esse grupo pode ser induzido e controlado por influência mental, sendo a expressão "tribo", um método de seleção de elementos constituintes, por afinidade "cultural", entretanto pode servir para justificar o fracionamento da sociedade em grupos menores, com afinidades controladas. Em nosso entendimento, tribo (dentro do grupo social), consiste em um grupo específico, destinado a receber tratamento específico.

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