domingo, 19 de outubro de 2014

Deseducação

Deseducação
A deseducação como instrumento de ensino e conseqüencias

Deseducação

Consequências imediatas.

A violência social, presentemente atuante em nosso cotidiano, é apregoada como combatível através de força semelhante retroagente. Uma distorção da verdade, uma inverdade, apregoada como solução, para interromper a ação da criminalidade atuante em parelelo à atuação do Estado.

Esse quadro, de violência indiscriminada, é incentivado. A mídia transpira violência e marginalidade a cada segundo, sendo assim, consiste em um modelo de deseducação planejado.

Combate-se fogo com fogo, por engenharia, é verdade. Não se pode usar procedimento semelhante em relação às distorções sociais.

Violência social é resultado de crescimento mal administrado, sem direcionamento adequado ou pela falta dele, do crescimento. Valoração é a palavra chave. Pessoas sem valor, dentro do contexto social, são desobjetivadas e, assim, influenciáveis, mormente para mal.

Mas, não fica por aí, a má formação de base, a ausência de refinamento na educação familiar inicial, ou seja, o berço, também é um deformador social, um marginalizante.

Uma pausa. Não confunda, absolutamente, berço com dinheiro. O dinheiro compra um berço, mas não compra de maneira alguma os preceitos morais, sociais e verdadeiramente religiosos, essenciais à formação da pessoa idônea que precisa ser formada para a inclusão social. Só com direcionamento familiar, livre de distorções corruptivas, a criança alcançará a plenitude de uma pessoa com valoração social. Deveria ser, a inclusão, o objetivo da educação, portanto.

Conquanto se fala em inclusão como um objetivo, o uso da expressão, revela-se como elemento enevoador, ou seja, as promessas são para o futuro! Mas, nesse caso, o Estado e a mídia fazem parecer que há um intenso trabalho dedicado à construção de uma sociedade integrada, enquanto não há!

Deseducação e violência

"A violência na escola é percebida como resultado de uma negação, da família, em assumir a educação".

Não é assim. Mas, assim pensam muitos professores. Uma professora disse: " a educação, cabe à família, e à escola, cabe o ensino; mas a família deixa a educação a cargo da escola".

A professora tenta explicar, entretanto, a condição irreal das pessoas, atuando no meio social, a impede de perceber que a irrealidade se tornou a realidade da "sociedade" atual. A própria capacidade de percepção da professora é irreal e sua explicação é irreal.

"A violência na escola é uma distorção planejada e, paulatinamente aplicada, inclusive com a participação do Estado.

Não há exagero ou "irrealidade" neste caso. Se observarmos o panorama com atenção, evitando a emergência, mas nos remetendo a tempos passados, podemos perceber que houve regressão na qualidade, não somente do aluno, mas de toda a sociedade, inclusive do professor (limitado pelo diploma especializado). A visão de contexto não surge, no discurso do educador, pois ele próprio se tornou vítima da deseducação. Não há qualidade em nada, produzido modernamente (os produtos são para venda, jamais para compra) e se dedicam a tirar o dinheiro do consumidor. A educação é um produto, entretanto não se encaixa na classificação de "para tirar dinheiro do consumidor", a sua falta de qualidade destina-se a limitar a capacidade do "consumidor" de perceber o contexto degenerativo, que o envolve.

A "pobre" professora, que vê a família como culpada pelo filho marginal, ignora o fato de que educação abrange a cultura familiar, tanto quanto a cultura acadêmica. Quando um aluno agride seu professor ou um criminoso "melhor formado" comete um assassinato, o motivo é o mesmo: deseducação aplicada ao longo do tempo.  Famílias alcoolizadas, viciados em jogos ou drogas e, ainda, políticos lutando por legalização dessas drogas, também demonstram o quanto a sociedade "apodreceu", por deseducação aplicada. Com visão, não superficial, (imposta por deseducação) podemos perceber muitas outras partes "gangrenadas" da sociedade.

A atuação do Estado.

Um fato, o qual deve ser analisado com atenção especial, se resume na atuação do Estado, pois nada acontece sem a permição do Estado.

Se tropeço em uma pedra, no jardim de minha casa, a culpa é do Estado.

Pronto, uma frase como esta e tolos aos risos. Mas pense, se puder parar de rir por um instante: qual o motivo de um tropeção? Desatenção? Falta de controle (a que os especialistas impõem aos velhos)? A resposta é simples, seja qual for o motivo simulado: deseducação. Tropeçar, viciar-se, roubar, matar... todos gerados por deseducação.

O agressor, de um professor, vem de família marginal e esta, da sociedade marginal, degenerada por deseducação, aplicada ao longo do tempo. Não há uma culpa emergente, na família "moderna" e não há solução simples, pois se trata de degeneração social, e humana, desenvolvida em todos os estames da sociedade. Não é local ou regional, por isso, se insiste em levar a "democracia" às sociedades mais fechadas, mesmo pela força.

A Alemanha foi partida ao meio, e famílias separadas. Algum tempo após, foi reunificada (sob sorrisos como aqueles); a União Soviética foi, e ainda permanece, fraguimentada. Deixou de ser uma "ameaça" à democracia. Pela força, não se conseguiu dominar toda a Coreia, então já se cogita reunificá-la(s). Quando se contamina uma parte, certamente, outras partes em contado com ela, poderão ser contaminadas.

Se deste pequeno contexto, partirmos para outras sociedades, poderemos indagar porque algumas sociedades se dedicam a atividades "curiosas", como a industria da cerveja e alcooleira; a prostituição infantil; a libertinagem sexual; o uso de drogas diversas e a exploração dos jogos?  Não podemos relacionar todas as formas de perversão oriundas da deseducação, mas podemos notar que a deseducação não somente produz perversão, mas evita a percepção de sua atuação.

Dos dois parágrafos anteriores, somente o que ainda consegue pensar com menor influência, pode tirar algum proveito, sem associar tais práticas à cultura. Desse modo, são ilários e surreais à maioria absoluta das pessoas, independente de seu nível ser dito superior.

Nenhum mal social tem motivo único e simples, raramente é percebido e, na maioria das vezes é protegido por legislação.

O que dói e em quem.

A dúvida permanece sobre a atuação do Estado, pois não citamos, com clareza, sua atuação na deseducação. Consiste, basicamente, em protecionismo e interesses e economia e dominação.

(legislação, proteção de interesses e associados e dominação por imposição de sanções econômicas e restrição na atuação no exterior, além de ignorância individual).

O atalho do discurso político.

O superficial discurso político parece querer nos fazer crer na inclusão feita sem educação de base. Ser eminente socialmente, não significa estar incluso na sociedade. Não se pode dizer, por exemplo, que o indivíduo corrupto esteja incluso nela, mesmo sendo proeminente agente em seu meio. Ao contrário, ele é um marginalizante, está a serviço da degeneração social. Esta deformação da personalidade cidadã é resultado do berço marginal, mesmo de ouro!

O professor, pessoa formadora de opinião (a mais legítima), precisa avaliar, constantemente, os preceitos de individualidade e pessoalidade, aos quais nos referimos, nos parágrafos sobre educação, pois sem eles seu senso crítico superficializa-se. O professor fica apenas na posição de transmissor, completamente programado, sem a imprescindível capacidade de investigação e contestação e, portanto, incapaz de detectar, reescrever e realinhar as distorções contextuais destinadas à educação.

O educador, em última instância, deveria ser um cientista desenvolvimentista. Assim, a postura de investigador no educador, também torna-se necessária, pois as distorções jamais deixarão de existir, conquanto, a capacidade para percebê-las seja indispensável.

O moderno e o bom.

Se nos impõe o engodo do modernismo, no qual, o "hoje" é dito melhor do que o "ontem", porém, o "amanhã" é incerto. O que define o modernismo, então?

A chamada educação clássica foi muito criticada por seu método reto, inflexível de trabalho e, somente por esse motivo, reformularam-se os métodos educacionais, para a chamada linha de "incentivo" à aprendizagem. Algo mais estimulante e menos imposto.

Parece brincadeira, mas não se trata disso, pois a deseducação imposta e disfarçada, aquela feita à revelia de nosso interesse e conhecimento, a deseducação degeneralizante, tem logrado um efeito espetacular, com eficácia superior a qualquer método de ensino programado para as escolas. Talvez para alcançar tal objetivo, o método clássico tenha sido sacrificado.

Sendo assim, a qualificação dedicada ao educador, certamente foi sacrificada, pois não há quem perceba a ação da deseducação a desvirtuar a própria educação, tornado-a um processo deseducacional.

Em maioria absoluta, nos depoimentos gravados, de educadores espalhados pelo Brasil, demonstra-se a desqualificação, para entender os motivos da crescente violência, marginalidade e degeneração das características humanas, em todos os níveis da sociedade.

Independente de pose, palavras bonitas, comprometimento e idoneidade, o discurso superficial não permite o alcance das causas das distorções das personalidades.

Em locais remotos, um único educador avança pela mata, cotidianamente e heroicamente, mas sua qualificação anda de pés descalsos e, sequer, lá existe uma escola, porém, um Estado sem vergonha, insiste em dizer que "ele está construindo o Brasil".

Os métodos para induzir ao fumo, às drogas, à violência, à criminalidade, à promiscuidade e à própria ignorância, falando como ação terminal, pois como temos visto, o trabalho se faz incessantemente, são simplesmente notáveis, conquanto, imperceptíveis a todo o corpo docente da educação nacional. Como pode a educação andar em paralelo a um procedimento inverso, sem que os encarregados dela não o percebam? Não sabem olhar para o lado? Que incapacitação os impede?

Visão periférica

O motorista, para dirigir com segurança, para si e para outrem, precisa fazer uso da visão periférica, mas, não só dela, o foco dispersivo é necessário, para o domínio de todo o panorama. Isso equivale dizer, que lhe é negado fixar-se a um ponto de observação, sob o risco de ser surpreendido por um acontecimento inesperado.

Mas, tem a prática de dirigir, algo em comum com a educação ou com deseducação? Tem. A forma de observação do panorama.

Com o desprendimento das diversas disciplinas, do domínio único, denominado Filosofia, passou a existir uma disciplina secundária, atrelada a cada uma delas - a especialização.

Modernamente, a especialização fechou, ainda mais, o seu foco de apreciação, surgindo a formação profissional em um módulo mais dedicado. Assim, a formação se tornou menos exigente com a formação geral, com tendência a aprimorar o conhecimento dedicado a uma vertente, para uma forma de produção mais eficiente.

A formação do foco seletivo e a apreciação panorâmica filosófica diminuída, nos faz entender o porquê, da capacidade de percepção dos procedimentos psico-influenciadores, estar dada aos domínios da Psicologia, em seus praticantes e a conseqüente incapacidade, aos demais domínios.

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