domingo, 19 de outubro de 2014

Contestação

Contestação
A importância da contestação

Contestação.

Posicionamento necessário.

A sociedade atual conserva certas condições, de considerável abrangência, a respeito de pessoas muito dadas à necessidade de acompanhar, de seguir uma pré-disposição, ou seja, ao modismo da obediência, da não contestação, dos "ismos" em geral. É possível afirmar que nada do que falam ou pensam, elas dizem ou pensam; na verdade lhes é dado a falar e a pensar.

A necessidade de expressão, se tornou quase de primeira ordem, no meio social e reflete um espelhamento fracionado em limiles, pelos quais os grupos sociais se relacionam através de específicas aceitações e negações, marcas determinantes de "qualidade" pessoal. Tais marcas, substituem a cultura, mas representam a própria pessoa e sua cultura. Entretanto, as marcas são mais que expressão da "qualidade" pessoal; são "etiquetas", "códigos de barras", representam um identificador, capaz de discriminar cada membro dentro dos grupos.

Assim, só estamos livres se alcançamos a sensibilidade de percebermos tais induções de posicionamentos que, no mundo do capitalismo ferrenho e dos interesses obscuros, são a cada instante.

Muito disso, nos é imposto e nos atinge a todo momento, por influenciamento mental constante e ininterrupto. Isso é feito por intermédio de mensagens camufladas e repetição e através de manipulação da informação. Nela, na informação supostamente confiável, é embutido muito do que nos é imposto e "necessário" à reconstrução de nossa personalidade, aquela que imaginamos definir nossa unidade diferencial. Obviamente, quando falamos "necessário", colocamo-nos na posição de quem define o comportamento social: a educação, o modismo e tudo o mais, ou seja, o agente manipulador.

O agente manipulador

Não é ele uma pessoa, mas um contexto estruturado e preparado para induzir, coletar dados de retorno e se adaptar para, cada vez mais, ser eficiente estipulador dos modos comportamentais.

Contestar ou não contestar?

Anos após a destruição, através de bombas atômicas, das cidades de Hiroshima e Nagazaki, no Japão, ainda estudávamos ser o átomo a menor parte indivisível da matéria! Quem não se lembra disso? Mas esse, é apenas um pequeno exemplo de uma inverdade estudada e cobrada em provas. Quem poderia constestar, se a verdade levaria ao zero e, talvez, à reprovação?

Alarmante o fato de o aluno não contestar? Impossível. Mas de o professor não contestar. Não sabiam os educadores a verdade? Talvez não os imbuídos nela, aqueles destinados a transferir a informação; talvez não estivessem devidamentente inteirados dessa responsabilidade ou mesmo do conhecimento. Mas porquê? Não eram eles os professores? Sim, mas não eram e não são eles os geradores da informação. Possivelmente, devido à grande carga de trabalho ou ao descaso com o conteúdo, ou mesmo, pelo descomprometimento científico, a contestação ficar a ser feita.

Inversão de papéis.

Os papéis se invertem. Sabemos a importância daquele que transfere o conhecimento, mas isto não é exatamene dessa forma, se for visto pelo prisma da fonte, o que representa a corrupção da verdade.

A contestação seria uma atualização por comprometimento, porém, quem sabe não seria motivo de repreensão? Ser contestador desagrada, principalmente, se a contestação vem de baixo, do hierarquicamente inferior. Inferioridade é bastante valorizada, se mantém as coisas como estão.

O professor precisa, necessita mesmo, ser contestador! E pode começar por si, contestando-se e, desse modo, refinando o auto-conhecimento. É necessário alcançar a consciência sobre se pensa por si só ou se está sob influência e controle.

Torna-se-lhe importante observar o fato da obscura falácia do liberalismo. O liberalismo torna tudo plausível; um engodo dado aos mais diversificados objetivos, em sua maioria ilegítimos. Pode ser impermissível tomar um fato como verdade, mas a verdade sempre é um fato a considerar e, nesse caso, critica-se o liberalismo e avalia-se a veracidade do fato.

Muitas vezes o professor é um eficiente contestador, isso o torna um pensador, isso incomoda. Os educadores em Sociologia sabem disso. Entretanto, o profissionalismo, a divisão do conhecimento, impede a percepção aclarada do peso e valor individual do conteastador dentro do sistema.

Porém, o pedagogo estuda Sociologia e Psicologia, essa consciência não lhe deveria escapar. Mas, por diversos motivos, desde o nível alcançado e a novidade de sua formação, até o incontestável controle de suas aptidões por um sistema que não espera, nem deseja contestação, a consciência de sua posição pode escapar-lhe.

Sendo um professor, pense em quantas vezes suas ideias foram interrompidas, em quantas vezes sentiu-se barrado ou posto em um nível de onde seus anseios por melhoria, só poderiam passar por uma triagem com um número incomparável de outras, muitas vezes, de menor importância.

Isso se dá pelo fato de a verdade "precisar" ser controlada, definindo-se, assim, a realidade. Sendo a verdade, nesse caso, a expansão do domínio do conhecimento, controla-se, então, o conhecimento propriamente. Esse vento contra afeta diretamente o valor pessoal e, também, o crescimento advindo dele. Afeta a todos os possíveis beneficiários nessa linha de relacionamento.

Mas, o professor não pode ficar à margem disso, pois sua falta de ação resulta em consequências sociais catastróficas, como as que estamos percebendo e vivendo nos dias atuais, pela inércia do que deveria ser dinâmico: a educação.

Porém, é necessário visão, e nem todos são qualificadamente perceptivos, devido, exatamente, à deseducação, pela qual são formados.

Inércia, define bem a não contestação, pode resultar em um movimento retilíneo e uniforme, em uma "constância" ou, mesmo, em uma "parada" total.

A contestação, vai contra a inércia da aceitação, promove a dinâmica, a vida; pela inércia da não constestação, a educação morre e o conhecimento definha; com isso, definha a mente, com ela a pessoa humana, incentivada ao baratismo.

Um comentário:

  1. Só depois de ter lido esse artigo de caráter singular, é possível definir a quantidade de informações humanas abrangentes por aqui encontradas, assim como; pedagogia, filosofia, antropologia, psicologia, sociologia. Com todas as ciências humanas por aqui por reunidas, me senti motivado a acompanhar paulatinamente o trabalho deste blog de intuito moral e educacional. Parabéns ao novo idealizador.

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